As portas são inumeráveis, a saída é uma só, mas as possibilidades de saída são tão numerosas quanto as portas.
Franz Kafka. Parábolas e fragmentos. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/d, p.126.
A Era das Incertezas, é isso! Vivemos em uma época em que as perguntas, as dúvidas, as incertezas são em maior volume que as respostas que encontramos. Pense, caro leitor, quantas dúvidas nas nossas míseras respostas? Inúmeras! Se, por um lado, a vida se torna uma grande aventura, por outro, a insegurança, a dor prospera quando não encontramos um chão que nos permita caminhar tranquilos. Diante desse contexto, precisamos desenvolver, nos nossos estudantes, dois hábitos fundamentais: o hábito da reflexão e da argumentação. Refletir é necessário, porque são muitas as possiblidades, são muitas as portas que podem ser abertas, é preciso fazer escolhas que nos permitirão encontrar mais portas, mais possiblidades, esse movimento é fruto da reflexão. Outra habilidade fundamental, no mundo contemporâneo, é a argumentação, fundamentar ideias, posicionamentos, atitudes, é influenciar pessoas, é avaliar e escolher uma das portas e convencer os outros que aquela saída é a mais viável. Nesse contexto, os estudantes do 9º ano promoveram o julgamento do Nazismo, foram organizados dois grupos, um para acusar, fazendo referência aos crimes que os nazistas promoveram, e outro, para defender e provar que o nazismo era muito mais do que uma máquina de morte, que era possível enxergar o lado positivo do governo totalitário de Hitler. Para elevar o nível do debate, estudantes da 2ª e 3ª séries do EM foram convidados para fazerem parte do corpo de jurados e, no final, proporem perguntas que fossem pertinentes aos argumentos apresentados pela acusação e defesa. Mobilizando diferentes conceitos e conhecimentos históricos, os estudantes aplicaram o que aprenderam nos livros, nos filmes, na escola, no desenvolvimento de suas teses, na fundamentação das teses e na tentativa de responder às questões que eram apresentadas pelos seus opositores e o júri. O resultado do debate foi o reconhecimento de estudantes que desenvolvem a autonomia, aplicam o que aprendem, fazem uso das diversas ferramentas de aprendizagem para ampliar seus conhecimentos e entender que, na escola, quem aprende, é quem aplica, na realidade, as diferentes teorias encontradas nos livros. Sabemos que o nazismo foi a vivência do terror, um movimento que naturalizou a crueldade, que matou milhões nos campos de concentração, por um projeto de poder e conquista. Mas, pense, caro leitor, nada mais intrigante para um adolescente, nada mais sedutor, do que convidá-lo para debater o assunto. Na realidade, o nazismo foi apenas uma estratégia para que o estudante pudesse refletir e debater. Confira o álbum completo desse momento, clicando aqui.Ody Furtado Goncalves – Professor de História
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