No 1º trimestre da 2ª série do Ensino Médio, no Componente de Linguagem Literária e Cinematográfica, nossos estudantes aprenderam sobre a origem da fotografia e as diferentes formas de contar uma história, utilizando essa técnica. Como atividade avaliativa, eles deveriam produzir uma fotografia e relacioná-la à ideia de Legado, um dos temas estudado nas aulas de Literatura, pela obra Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Nossos estudantes utilizaram a criatividade e nos contaram boas histórias com as imagens a seguir:
Dos livros antigos aos livros modernos, da era medieval ao século 21, todos cheios de ensinamento e que passam por diversas gerações. Seja na Bíblia, nos contos machadianos ou em uma ficção contemporânea como Rainha Vermelha, os livros sempre existirão e trarão aprendizados, reflexões e princípios para quem os ler, não importa a época em que o leitor esteja.
Arquitetura se apresenta como refúgio físico e mental, buscando tornar a vida mais funcional e bela. A arquitetura de um edifício pode ser classificada em diversas composições (Brutalismo, Art Deco, etc) que viajarão além do tempo presente, para iluminar o futuro ou ser um lembrete do passado, tenha ele sido bom ou não.
Esses são alguns quadros pintados por mim que eu gostaria de passar para alguém. Assim como minha tia fez comigo desde pequena e influenciou bastante na minha forma pintar, eu gostaria de fazer o mesmo com outras pessoas, pois é algo leve e que me faz bem.
Essa imagem mostra um colar que minha avó me deixou antes de falecer, ele significa sorte e é muito importante para mim. A mãe da minha avó (minha bisavó) deu para ela e eu quero deixá-lo para minha filha(o) para que passe de geração em geração.
Meu irmão, sangue do meu sangue, assim como eu, um legado dos meus pais.
O Butsudan serve para lembrar-nos de nossos pais, avós e todos os que já passaram por aqui e que hoje estão em algum lugar melhor, mas nunca deixarão de existir. Por meio do culto e da utilização do Senko (espécie de incenso) eles agradecem às gerações passadas. Esse altar vai passando de geração em geração para que assim a tradição nunca acabe dentro das famílias japonesas.
A foto representa o futebol de rua, algo que a maioria das crianças vivenciaram. Na infância, muitas crianças jogavam bola descalças, na rua com os amigos, sem nenhum tipo de preocupação, apenas jogando futebol. Uma brincadeira em que se utilizavam chinelos, tijolos, cones ou qualquer outra coisa para fazer um golzinho.
O derbak dos pais da minha cito (avó em árabe) é muito parecido com um tambor, tem origem árabe e veio do Líbano com a família dela, pertencia aos seus bisavós. Eles são conhecidos pela família toda e, quando o meu bisavô faleceu, deixou para a minha cito que deu para o meu pai e ele tem um afeto especial por esse instrumento. Esse derbak será passado de geração em geração da minha família, como já foi feito pelo meu bisavô e a minha cito.
As moedas de ouro foram deixadas como legado pelas gerações da colônia armênia, como essas mostradas na imagem, que são exclusivamente de nossa família, com data de 1911 a 1958, quando foram produzidas. São moedas que meus tataravôs carregavam escondidos para poder fugir dos turcos, durante o genocídio armênio (1915-1923), constantemente vendo-as como um adereço de sorte e esperança. Assim são passadas de geração a geração, sempre que um filho é batizado, sendo muito mais do que um item de valor financeiro e sim um legado de valor sentimental, representando sorte e fé.
Você sabe como era o seu tataravô? Como era sua aparência? O que ele pensava? Uma forma de ser lembrado pelas próximas gerações é por meio de um legado. As fotografias são marcas pessoais que podem expressar emoções. É importante termos um propósito definido para que assim deixemos um legado ao mundo e sermos lembrados de forma positiva.
A imagem demonstra como a literatura deixa um legado à civilização. A literatura revela os hábitos, pensamentos e sentimentos de uma sociedade, em um determinado momento histórico. A fotografia, assim como a literatura, são formas de entendermos e interpretarmos o mundo em que vivemos.
A foto que mostra minha avó, logo após ter sido vacinada contra a Covid-19, demonstra o legado que a ciência deixará para as próximas gerações. O momento que estamos passando, além de carregar muita tristeza e devastação é uma fase de ensinamento, já que despertou na sociedade empatia e a valorização do básico.
Georgia Coelho é minha mãe. O maior legado que ela me deixa é que a mulher tem seu espaço para brilhar na vida profissional. Georgia sempre foi uma mulher batalhadora, dedicada, organizada e campeã de um mundo, onde a porcentagem maior no seu trabalho é masculina e, mesmo assim, sempre foi a melhor, ela me ensinou e me ensina a cada dia a nunca abaixar a cabeça, sempre ser determinada e ser a melhor. Procuro seguir seu legado, o que me motiva a ter foco e determinação para mostrar meu potencial na vida pessoal e, futuramente, profissional.
A fotografia retrata uma mesa de cabeceira em um quarto e, em cima deste móvel, é possível notar diversos objetos, tais como: um despertador, uma luminária, um livro, óculos, ou seja, objetos comuns do dia a dia, além de símbolos religiosos como figuras de santos, de Cristo, terços e crucifixos. A imagem mostra o modo como o cristianismo faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Em muitas residências é possível encontrar inúmeros símbolos cristãos, como crucifixos, santos, figuras de Cristo, entre outras, misturados com elementos comuns do nosso dia a dia, como um livro ou um despertador. O cristianismo foi um legado do Império Romano que nos influência até os dias de hoje.
Esse livro contém os ensinamentos da religião que minha família segue e nossa origem japonesa. Ele é passado de geração em geração, sendo um legado muito importante que representa os desejos dos ancestrais da minha família para que os descendentes não se esqueçam desses ensinamentos e mostra que minha família é originalmente japonesa. Essa cultura foi passada e continuará sendo passada para os descendentes da família.
Para retratar a palavra legado escolhi fotografar uma escultura feita por minha tia, artista plástica. Descobri a arte muito antes de conhecer a história da minha família com ela. Hoje faço telas e esculturas, assim como meus parentes faziam e sei que também farão em gerações futuras.
Essa escultura encontra-se em minha casa, assim como várias outras obras, tanto do meu falecido bisavô e da minha tia. Todos da família têm ao menos uma escultura semelhante a essa em suas casas.
Eu não tive o privilégio de ter um veleiro da minha família, mas sim de herdar inúmeras memórias e colecionar diversos momentos junto dela. Desde bebê, fazendo diversas viagens de até um mês de duração, conhecendo vários lugares, momentos de alegria, medo ou até mesmo tristeza que velejar proporcionaram para mim e para minha família. Com essa fotografia, posso ter uma parte dessa sensação viva, ter uma parte da minha história junto comigo e conseguir transmiti-la para os que ainda estão por vir.